Um sonho antigo, um caminho nada linear e a reconexão: meu doutorado
- Luana Gabriela De A. Pereira
- há 1 dia
- 3 min de leitura
Era ensino médio. Uma feira de profissões. Eu andando pelas barracas, quando parei na frente da de Biomedicina.
– O que é esse curso?
– É pra quem quer ser cientista. Pra quem quer pesquisar o que ainda não tem resposta.
Aquela frase ficou em mim.
Eu queria isso.
Queria investigar mistérios, entender o poder da mente sobre o corpo, pesquisar saúde de verdade — física, emocional, mental e espiritual.
A escolha foi feita: queria ser cientista.

Comecei o curso de Biomedicina na UEM em 2012. Logo no primeiro mês, fui à coordenadora do curso dizendo que queria estudar o poder da mente na cura das doenças. A resposta? “Luana, isso você vai pesquisar no seu pós-doc. Agora, temos Leishmaniose. Você topa?”
Topei. Mas confesso: a frustração foi grande.Aquela ideia romântica da ciência deu lugar a outros caminhos. Me envolvi com empreendedorismo, estratégia, desenvolvimento humano, entrei no movimento Empresa Júnior e comecei minha segunda graduação, em Marketing.
Por um tempo, achei que tinha deixado a “Luana cientista” pra trás.
Mas sabe quando algo segue sussurrando dentro de você, mesmo quando tudo parece te levar para outro lugar?
Em 2019, o chamado virou grito. Eu queria — precisava — conectar tudo aquilo que já fazia no mundo do desenvolvimento humano com ciência. Com dados. Com método. Com base.
E foi assim que iniciei o doutorado em Ciências Biomédicas.
Mas eu não queria só um título.Queria um tema que me atravessasse. Que fizesse sentido na prática.Foi aí que, em conversa com meu orientador, ouvi:“Escolha um tema que esteja presente no seu cotidiano profissional.”
✨ E tudo se encaixou. ✨
O tema da minha pesquisa?
Validar uma ferramenta de autoavaliação de saúde integral no ambiente organizacional.Principalmente em contextos de trabalho remoto e híbrido, com foco no setor de tecnologia.
A pesquisa parte de uma hipótese simples, mas urgente:
Se pudermos medir com clareza os aspectos físicos, mentais, emocionais e energéticos de uma pessoa no trabalho, podemos promover mais bem-estar, mais performance — e menos adoecimento.
A ferramenta que utilizo — o WEL (Wellness Evaluation of Lifestyle) — já é reconhecida internacionalmente.Ela avalia mais de 120 indicadores de bem-estar, organizados em dimensões como:
Saúde física
Saúde emocional
Saúde mental
Saúde Social
Espiritualidade
Propósito
Lazer
Trabalho
Direcionamento de vida, estresse, valores e identidade
O que é novo?
Aplicar essa ferramenta cientificamente validada no contexto organizacional.
E avaliar o impacto dessa autoavaliação na percepção de saúde e desempenho no trabalho.
Por que isso importa?
Porque 77% das pessoas já sentiram sinais de burnout no trabalho remoto (dados da Gallup).
Porque apenas 10% dos trabalhadores têm acesso a programas estruturados de bem-estar no ambiente corporativo (Global Wellness Institute, 2016).
E porque empresas que investem em saúde integral têm até 3x mais engajamento e retenção de talentos (Harvard Business Review, 2019).
Em que pé estou?
✔ Projeto aprovado nos Comitês de Ética (Brasil e Argentina)
✔ Dois grupos piloto já realizados — com aprendizados, ajustes e feedbacks valiosos
✔ Ferramenta adaptada e pronta para aplicação na amostra principal
Agora começa a próxima etapa: coleta de dados em escala, análise dos resultados e finalização da tese.
E a cientista?
Aquela menina da feira de profissões, que queria pesquisar o que ainda não tinha resposta…Ela tá aqui.Mais madura. Mais inteira. Mais conectada.
E se tudo isso também faz sentido pra você — seja como profissional de RH, liderança, pesquisador(a), colaborador remoto, ou alguém que deseja viver com mais saúde no trabalho — vem comigo.
Em breve, vou abrir mais convites para participação no estudo.Porque essa pesquisa é sobre mim. Mas pode muito bem ser sobre você também.
💜 Obrigada por chegar até aqui.
Vamos juntos transformar dados em cuidado.
E ciência em consciência.
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